16 setembro, 2014

Fargo


Depois que assisti à cerimônia do Emmy (e fiquei de cara que Game of Thrones não ganhou nada), resolvi ampliar meus horizontes e conhecer a história narrada no seriado Fargo. E posso dizer uma coisa: não me arrependi.

O seriado é baseado no tipo de narrativa de um filme feito em 1996. A história é real e aconteceu no ano de 2006. Vou copiar aqui a sinopse que o Filmow fez sobre o filme:

Um forasteiro chamado Lorne Malvo (Billy Bob Thornton) chega em uma pequena cidade de Minnesota e influencia a população com sua maldade e violência, incluindo o vendedor de seguros Lester Nygaard (Martin Freeman), gerando acontecimentos não previstos que criam logo de início um quádruplo assassinato e uma policial (Allison Tolman) tenta elucidar o caso, que está fora de controle.

Ok, quando tu lê a sinopse tu pode pensar: hmm, parece tri, mas sei lá. Sim, era o mesmo que eu pensava. Mas como que algo que é apenas "tri" ganhou tantos prêmios? Porque o negócio é sensacional. A história é chocante e a maneira que o personagem de Martin Freeman vai se corrompendo para o mal é impressionante.

Martin Freeman interpreta Lester Nygaard.
Aliás, Martin Freeman fez um nó na minha cabeça. Eu conhecia ele por dois personagens: o Bilbo Bolseiro, no Hobbit, e o John Watson, no maravilhoso seriado Sherlock (que, aliás, eu super recomendo também). Ou seja, dois personagens super queridos e do bem. E isso me levou a ficar muito decepcionada por seu personagem Lester, em Fargo, se inclinar pro lado negro da força. Eu relutei muito antes de admitir que ele não era um cara maravilhoso, mas sim um "vilão". No fim, passei a admirar ainda mais o Freeman, pois ele provou ser um ótimo ator, que não está preso em algum tipo de personagem por sua aparência de querido.
Thornton brilhante como Lorne Malvo.

Mas o destaque vai para Billy Bob Thornton. Desculpem a minha ignorância, mas eu nem conhecia esse ator. Ele me surpreendeu demais! O personagem dele é o mais terrível e o mais engraçado de todos. Certamente as cenas mais engraçadas e irônicas vêm do Lorne Malvo. Amei! O cara é sensacional. Vou ter que procurar mais trabalhos dele.

E outro fato super chocante para mim: o ator que interpreta o policial Gus é filho do Tom Hanks, Colin Hanks. HAHAHA. Eu nem sabia que ele tinha um filho ator. (Claro, nem sou uma expert em celebridades, mas enfim.) E ele é ótimo ator! Quer dizer, todo o elenco de Fargo é espetacular. Realmente uma produção de ponta.

O filho de Tom Hanks, que é muito bom também.

Em suma, o que eu quero dizer: assistam a esse seriado. São 10 episódios de cerca de 40/50 minutos cada e é viciante. E não é aqueles clichezão que tu sabe o final desde o começo: é surpreendente em todos os momentos, além de ter uma qualidade muito boa. Trilha sonora, fotografia... tudo! Virei fã :)

xxoxoxo

14 setembro, 2014

Sobre o prazer de (re)descobrir um clássico

Hoje finalmente terminei de reler o clássico "Orgulho e Preconceito", de Jane Austen. Fiquei surpresa ao perceber o quão prazeroso foi ler, depois de alguns anos, a mesma história e perceber a história de um jeito completamente diferente. 

A única outra vez que algo assim se passou comigo foi quando reli "O pequeno príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. Aliás, para uma criança curtir esse livro eu tenho duas teorias: ou ela está inventando ou ela é muito avançada. Eu penso que esse é um livro sobre a doçura da vida, algo que uma criança vive e, aos poucos, vai perdendo. Então quando li esse clássico já com mais idade, eu finalmente compreendi e o coloquei na minha lista de preferidos.

Já O & P é outra história. Quando li, eu já estava no Ensino Médio, mas ainda tão imatura em relação à vida. Aliás, acho que eu descobri a vida mesmo quando entrei na universidade. Minha percepção de anos atrás era de um romance lindo e maravilhoso e que o Mr. Darcy era o sonho de toda mulher. Até ficava irritada nas intermináveis páginas em que o personagem não aparecia.

"Se eu tivesse um real para cada vez que me apaixono por um personagem de ficção, eu poderia pagar a terapia que eu, obviamente, necessito."
Hoje ainda acho que o Mr. Darcy é o sonho de qualquer mulher e o meu, especialmente (me levando a crer que vou morrer solteira, porque um padrão Mr. Darcy é praticamente impossível de ser alcançado). Mas eu finalmente reconheci o protagonismo da Miss Elizabeth Beneth, a heroína dessa história tão interessante que retrata a sociedade inglesa dos anos 1800. Mr. Darcy é uma migalha do lado da importância da Lizzie na narração. Uma mulher a frente do tempo dela e, ouso dizer, do nosso tempo também.

Apesar da narrativa se passar em um tempo tão distante, as lições continuam válidas. Lizzie não busca um casamento vantajoso (o que na época era um dos principais motivos para se casar), mas sim um casamento que dê felicidade, que seja baseado em amor. Graças a Deus, hoje em dia nós, mulheres, em grande maioria, temos essa liberdade de sermos donas de nós mesmas (inclusive podendo escolher não nos casarmos). Vale lembrar que naquela época uma mulher sem marido era uma mulher sem renda e muito mal vista na sociedade.

Lizzie também dá um belo exemplo de quebra de preconceitos, que muitas vezes formamos e nunca mais desmanchamos. O orgulho em excesso nos impede de dar um passo atrás e saber mudar de ideia. Cada vez concordo mais que a vergonha não é mudar de ideia, mas sim de permanecer na ignorância e em um mundo fechado, impossibilitando novas ideias de chegarem. É difícil, sim. Mas é um exercício diário que todos nós deveríamos tentar.

Em suma, um livro extremamente interessante e que vai além de um romance qualquer, pois traz além de uma história bonita muitos ensinamentos e tópicos para a reflexão - que tanto falta na nossa sociedade.