31 dezembro, 2011

E vem mais um ano


E o ano, enfim, chega ao seu final. Acho engraçada toda essa comoção de virada de ano. Como se amanhã fôssemos acordar pessoas diferentes, com objetivos concretos. É como a velha piadinha sobre iniciar uma dieta: "começo na segunda". Por que? Por que não começa hoje?

O ano novo não vai fazer mágica, ele não tem personalidade própria. A verdade é que o mundo não mudou, só completou mais uma translação. Então por que toda essa festa para virar um calendário? Acontece que as pessoas precisam disso. A gente chega em momentos que precisamos mudar o rumo de nossas vidas, recomeçar. O ano novo sempre aparece como uma oportunidade para isso e acredito que isso seja maravilhoso.

Acreditar que o ano vai ser melhor, que tu vais perder uns quilos que estão sobrando, que tu vais mudar de atitude, vais andar com gente diferente... São muitos desejos postos nas costas de algo que nem tem vida própria. O ano não é uma pessoa, tanto é que ele não faz nada. Quem faz um ano memorável são as pessoas, seja por ações positivas ou negativas. Então pare de esperar que o ano seja bom. Seja tu uma pessoa boa, honesta, verdadeira e animada. Já disse no outro post que não vale a pena gastar tanto tempo com tristezas. Sim, a vida nem sempre é um mar de rosas. Pessoas amadas morrem, tragédias acontecem, famílias colapsam. Nada é perfeito. Mas tudo se compensa nos momentos de alegria, naqueles momentos que tu desejaria congelar para sempre. Se tu tem um momentos desses no ano que agora se vai, saiba que seu ano foi bom.

A vida é tão curta, tão frágil. Qualquer deslize e ela se vai. É, sou jovem ainda, mas ainda lembro de quando imaginava como seria minha vida em 5 anos e aqui estou, talvez decepcionando a antiga eu, mas feliz.

Que a passagem do calendário seja apenas uma desculpa para a mudança e que a próxima mudança (que certamente virá) não precise esperar 12 meses de novo. Todo dia é dia de recomeçar.

Feliz ano novo!
Beijos da Natália

29 dezembro, 2011

Can I read your mind?

E se eu pudesse ler tua mente? Certamente ter esse poder o tempo todo seria assustador. Todos temos pensamentos estranhos e que não conseguimos nem falar em voz alta sem sentir um pouco de vergonha. Imagina eu saber teus maiores segredos? Mas, para falar a verdade, nem eu gostaria disso. Qual seria a graça da vida se as pessoas não precisassem bancar os detetives?

Eu só queria acesso a poucas informações, essas que tu, aparentemente, não emite de jeito nenhum ou que simplesmente não tem.

A mente humana é incrível, fascinante. Só acho complexa demais, ainda mais quando se trata de ti. De mim.

Acho engraçado os homens falarem das mulheres, como se fosse impossível entender o que a gente pensa e fala. Pode até ser, mas vocês, homens, são iguais ou até pior.

It's funny how we just break down
Waitin' on some sign
I pull up to the front of your driveway
With magic soakin' my spine
Can you read my mind?
The Killers

23 dezembro, 2011

2011

Eu sei, falta um pouco para terminar o ano, mas eu simplesmente não me aguento mais para escrever sobre ele.

Dois mil e onze.

Quem diria que um ano poderia ser tão bom? Eu sempre me pergunto se ele foi tão bom ou o anterior foi tão ruim. Acho que as duas coisas.

Na virada do ano eu fiz apenas um pedido para Deus: eu queria ser feliz. E Deus atendeu meu pedido. Esse foi o melhor ano da minha vida até agora.

PROFISSIONAL
Entrei na universidade (não a que eu queria de cara, mas hoje não me arrependo), conheci gente maravilhosa lá. Aprendi muuuuuuito sobre assuntos que vão estar presentes no resto da minha vida. Eu acho que o melhor de tudo foi eu confirmar com todas as letras que é de jornalismo que eu gosto, é isso que vai me fazer feliz e uma pessoa de sucesso. Dá para não ser feliz assim? Conheci professores muito competentes, apaixonados pela profissão e que me inspiraram muito. Fui bem em todas as cadeiras, me esforcei. Enfim, foi muito bom.


Também consegui um estágio na área logo no segundo semestre. Aprendi e estou aprendendo muito. *-*

PESSOAL
Nem preciso dizer que esse quesito foi essencial para um ano maravilhoso. Conheci colegas lindas e maravilhosas que se tornaram irmãs para mim. Infelizmente, a Tainara não vai estar comigo mais em sala de aula, mas isso não vai ser problema, hahaha. No trabalho também. Aquela sala de redação vale mais que ouro. Quanta gente maravilhosa!

Também o evento "Azul e Branco" foi o momento que fiz outras amizades sem preço. O único arrependimento é não ter conhecido todo mundo antes.
Fiz as pazes com uma amiga muito importante para mim. Eu consegui perdoar, consegui colocar meu orgulho de lado e pedir desculpas. Foi uma das coisas mais importantes desse ano.
Outra grande conquista foi eu tirar minha carteira. Certo que demorou um pouco, mas a felicidade de quando conquistei não tem comparação às lágrimas das vezes que não consegui. Foi uma grande lição. Quase desisti, senti-me incapaz,derrotada. Porém conheci tanta gente que passou pelo mesmo e continuou, me deu dicas e não me deixou largar esse sonho.

Aprendi a me amar. Sério, esse ano eu finalmente ganhei auto-estima. Deixei de lado coisas que não me faziam bem, levantei a cabeça, me olhei no espelho e percebi que eu merecia muito mais. E eu mereço. Aquele ditado "só é amado quem se ama" (ou algo assim) é a maior verdade do universo. Para mim, nunca fez sentido. Hoje eu entendo e, se pudesse, assinaria em baixo. Acho que um assunto como esse daria um post à parte. O pior dessa coisa de "tu tem que se amar" é que isso não é uma coisa que tu simplesmente pode impôr. Enfim. Outro dia, outro post.

Enfim, 2011 foi maravilhoso. Deus foi muito bom comigo e eu só tenho motivos para agradecer.Que 2012 seja uma sequência de muita alegria e de bênçãos!
Desejo a todos que tenham um ano excelente e que não esqueçam: o êxito de um ano depende de ti. Não usem o tempo de vocês para ficarem tristes. Chore, coloque para fora tudo, mas logo levante a cabeça e VIVA! Ninguém mais fará isso por ti!

06 dezembro, 2011

Qual o teu testemunho?

Quem frequenta ou já frequentou uma igreja certamente já ouviu falar em "testemunhar". Muitos levam ao pé da letra, acham que jogar versículos nas caras das pessoas vai fazer alguém compartilhar sua fé. A questão é transcrever a palavra em ações, demonstrando diariamente, através de atitudes, no que acredita.
Hoje vi um testemunho, mas não dos melhores. A mulher sentada no banco do trem começou a conversar sem parar com minha mãe, até que chegou ao assunto religião. Nem preciso dizer que isso só gera polêmica. O ápice, para mim, foi quando a senhora perguntou para minha mãe se ela acreditava em reencarnação. Ao receber a a resposta de que ela não acreditava, a mulher falou:
É por isso que a humanidade não vai para frente.
Na hora fiquei um pouco em choque. Depois fiquei pensando em alguma resposta boa, mas concluí que aquilo não valeria a pena. Rebater um testemunho ruim com um pior ainda? Não parece certo.
Esclarecendo, por que achei esse um testemunho ruim? Certamente, não fiquei com vontade de conhecer a fé dela. O jeito que ela falou fez parecer que todos que não seguem o espiritismo travam a humanidade. É certo isso? De certa forma, é ofensivo.
Daí eu te pergunto, leitor (provavelmente eu mesma): qual o teu testemunho? E não precisa ser sobre religião. Que testemunho tu dás sobre o local que tu trabalhas, estudas, moras? Já pensou como uma frase, por mais simples que seja, pode formar opiniões?
Fale tua opinião, testemunhe tua fé, mas não esqueça: respeite.
E não ache que eu estou dando lição de moral. Não tenho autoridade alguma para fazer isso. Falo sem pensar, machuco pessoas, etc. Esse texto é só um lembrete do motivo que tenho que deixar de ser menos impulsiva, pensar antes de falar, aprender cada vez mais a respeitar diferenças.
(tá, não sei se esse texto tem nexo, mas tudo bem AHAHA)

03 dezembro, 2011

Persistir

Certa vez algum publicitário criou um slogan para nós, brasileiros. Dizia o seguinte:
Sou brasileiro e não desisto nunca!
Confesso, muitas vezes utilizei dessa frase de modo irônico, zombando de algo que eu considerava comum a todos os seres humanos, independente da nacionalidade. Porém, em uma cadeira que fiz nesse semestre que passou, aprendi muito sobre a América Latina, um continente que, desde a época da colonização, sofreu tanto. Não quero assumir a posição de "coitadinho". De fato, sofremos muito. Nossas riquezas foram roubadas, nosso povo escravizado, dentre outros elementos. Porém, mais que isso, observa-se nesse continente uma história de luta, de superação que acontece ainda hoje. O Brasil nunca esteve tão em pauta. Com a crise econômica que vem assolando o mundo, a atenção está voltada para os BRICS. E, que surpresa, um país latino americano está ali.
Ora, o que seria isso se não fruto de muita persistência?
Outro slogan que o brasileiro inventou para si mesmo é que aqui tudo é ruim, horrível, da pior qualidade. É só tu ler um jornal pra ver que isso é mentira. Não vou dizer que é tudo uma maravilha. Tem muita merda, muita corrupção, violência, etc.
Dois anos atrás tive uma experiência muito importante. Passei 1 mês nos EUA. Claro que adorei, mas uma das melhores lições que aprendi foi valorizar meu Brasil. Como eu senti falta de coisas que só aqui tem e que eles nunca entenderiam. Meu sonho seria levar os brasileiros para viver lá, um país onde muitas coisas são mais fáceis. Seria ótimo, mas acredito que nos tornaríamos iguais a eles. Nós temos uma luta, nós agimos diferentes, nós somos a América Latina.
Abaixo segue um vídeo de uma música que me arrepia até a alma. Vale a pena.

06 novembro, 2011

Educação atemporal

Aproveitando o clima Feira do Livro, eu e algumas amigas fomos assistir um bate-papo sobre moda e literatura na tarde de ontem. Na mesa de debatedoras tinha 4 mulheres, cada uma especializada em algo, mas todas apaixonadas por moda. Entre elas, umas era psicóloga. Quando chegou a vez dela confesso que me perdi. Não entendi o que ela falava e viajei muito. Algo, porém, acordou-me. Uma velha sentada a minha esquerda começou a falar e falar e falar, como se ela fosse a única na sala, ignorando totalmente que havia a psicóloga discursando.

Aquilo me irritou, mas como eu nem estava prestando atenção, ignorei até a velha. O que veio em seguida me surpreendeu. A mulher sentada na minha frente virou e fez o clássico pedido de silêncio.

- SSHHHHHHHHH! - ela falou com o dedo na boca.
- Ahhhh, mas isso aqui tá muito chato! - replicou a senhora.

Choque total. Nunca esperava ver uma vovó faltar tanto com respeito. A mulher que pediu o silêncio se levantou e, com classe, encerrou o assunto.

- Mas tu tens que respeitar quem está ali falando e quem está ouvindo.

Quase aplaudi. Nunca tinha visto coisa igual. De imediato lembrei de colegas minhas na universidade que agem da exata maneira. Conversam a aula inteira, não têm respeito nenhum pelo professor que está falando. Nesse momento, descobri que aquilo não era uma característica de adolescente idiota e fútil, mas sim de uma pessoa que simplesmente não recebeu educação em casa. E o pior, essas pessoas não mudam. Elas têm cabelos brancos e ainda agem como se o mundo girasse em torno do próprio umbigo.

Eu nem sei o que concluir sobre isso. Fico triste em ver que certas coisas sempre vão existir, que as pessoas não vão ser diferentes na velhice. Elas vão conservar tudo, menos o físico (na melhor das hipóteses).

Agora imagina, essa velha foi a primeira que EU vi. Certamente existem muitas outras. Só que penso que no futuro esse tipo de velha vai ser o triplo de hoje, baseado na educação que a gente vê a cada dia piorar. Vejam o que acontece nessa tirinha:

Parece absurdo, mas eu vi isso tantas e tantas vezes. Pais escravos dos filhos, incapazes de dizer um "não", de dar EDUCAÇÃO.

A gente não sabe o que o futuro nos reserva, mas espero que se eu tiver filhos, eu saiba educar como fui educada. Que eu escute o que eles terão a dizer, mas que eu veja o outro lado também e me posicione do lado certo. Ser pai não é dar o mundo para o filho; é ensinar ele a conquistar o mundo com ética, dignidade e respeito.

31 outubro, 2011

28 outubro, 2011

Um bom dia para um bom ano

-Bom dia! - exclamei com a maior das empolgações para o senhor que passava na rua. Logo, o diálogo mental. "O que tu estás fazendo, Natália?! Dando bom dia com empolgação para pessoas desconhecidas, tu odeias is..."

-BOM DIA! - mais uma pessoa recebe meu cumprimento. "O que diabos estou fazendo?!"

Concluo, enfim, que essa sou eu feliz. É estranho, pois, aparentemente, não tenho nenhum motivo especial para estar feliz. Eu estou, simples assim. Talvez seria melhor mudar o verbo: eu SOU feliz.

O ano de 2011 não acabou. Tem muita lenha para queimar ainda, mas não tenho dúvida que esse vem sendo um dos melhores anos. Não sei se é por que ele está bom, ou porque o ano anterior foi tão ruim. Acredito que seja a primeira alternativa. Eu sinto como se, pela primeira vez, estou agindo para um futuro duradouro. Ensino médio é só foco para vestibular. É uma merda, me desculpe. Eu adorava os professores, os amigos, mas de resto...não sinto falta alguma. Esse ano estou aprendendo algo que vou usar para o resto da minha vida, para a profissão que eu escolhi. E não há maior satisfação que isso. Como eu adoro a matemática da vida real (contas como o quanto de salário vou receber, o que posso gastar. Sério, isso é matemática ÚTIL), a física e a química da vida real (QUE SÃO INEXISTENTES, THANK GOD), etc.

Em suma, uma vida profissional se iniciando com o pé direito? Tem como não ser feliz?

Enfim, eu me tornei aquilo que eu odiava; tornei-me a pessoa que dá bom dia com entusiasmo para desconhecidos.

15 outubro, 2011

Respostas

Chega um momento em que a dúvida assola minha mente. Eu penso sobre assuntos que, infelizmente, não dependem só de mim. Sempre tem um segundo, terceiro ou até quarto elemento envolvido.
Pedi respostas. Para Deus. Para meu inconsciente. Pedi para dormir confusa e acordar com tudo claro.
Eu decidi correr atrás de soluções. Pedi opiniões. E nessa parte tudo parou. É que nem minha experiência com minhas bolachas alguns dias atrás. Achei que estava pronto, porém pedi opinião. Minha mãe olhou e concluiu que não estava pronto. Precisava de mais uns dez minutos. Não se passaram dois minutos, elas queimaram.
Aprendi que cozinhar exige instinto e creio que assim seja com quase tudo na vida.
Quis seguir o instinto, mas, como sempre, o cérebro ganhou. Decidi ficar em silêncio. Engraçado, mesmo assim obtive minha resposta.
Posso estar concluindo erroneamente, posso estar jogando algo legal no lixo, mas não sei mesmo o que fazer. Estou perdida, mandei um SOS, mas não obtive resposta, pelo menos por enquanto. Ainda tenho esperanças de que um espírito de coragem desça em mim, faça-me falar, faça-me concluir a partir de uma análise direta do material bruto. Enquanto isso não acontece, sonho com o dia em que obterei essas respostas.

27 setembro, 2011

Beijos

Por Luís Fernando Verissimo

Queria ser um homem moderno, mas tinha alguma dificuldade com o protocolo. Por exemplo: não sabia quem beijava. Quando via aproximar-se uma conhecida do casal, perguntava para a mulher, apreensivo, com o canto da boca: “Essa eu beijo? Essa eu beijo?”. Nunca se lembrava.
Para simplificar, passou a beijar todas. Conhecidas ou não. Quando lhe apresentavam uma mulher, em vez de apertar sua mão, beijava-a. Dois beijos, um em cada face.
– Muito (muá) prazer (muá).
Outro problema era a quantidade de beijos. Já tinha dominado os dois beijos, estava confortável com dois beijos, quando a moda passou a ser três. Um dia, a mulher comentou:
– Não sabia que você era tão amigo da Fulana (o nome verdadeiro não é este).
– Beijo todas.
– Quantas vezes?
– Quem está contando?
Às vezes, ele partia para o terceiro beijo e a beijada não esperava. Ou então esperava e ele não dava, e quando ele voltava ela já recuara. Não havia nada mais constrangedor do que oferecer a face para o terceiro beijo (ou o quarto, quando a moda passou a ser esta) e o beijo não vir. Ficar, por assim dizer, com a cara no ar enquanto a mulher se afastava, rezando para que ninguém tivesse notado. O problema da vida, pensava ele, é que a vida não é coreografada.
Aí os homens começaram a se beijar também. Tudo bem. Seu lema passou a ser: se me beijarem, eu beijo. Mas não tomava a iniciativa. Quando chegavam numa reunião, fazia um rápido levantamento dos presentes. Essa eu beijo duas vezes, essa três, esse me beija, esse não me beija, aquele já está me beijando quatro vezes...
Na outra noite, numa
recepção de casamento, a mulher comentou:
– Você enlouqueceu?
– Me descontrolei, pronto.
– Você beijou todo o mundo.
– Todo o mundo estava beijando todo o mundo.
– Mas beijo na boca?
– Foi só um.
– Mas logo o padre?!
Tomado por uma espécie de frenesi, depois de beijar uma fileira de conhecidos e desconhecidos, ele dobrara o padre pela cintura e o beijara longamente, como no cinema antigo.

17 setembro, 2011

Coração vira-lata

Quem um dia observou um cão vira-lata, certamente se impressionou com a esperteza desse ser.

Essa semana presenciei uma matilha de vira-latas caminhando em uma avenida muito movimentada. Comentei com meu pai "esses cães não morrem fácil, eles são muito espertos". Alguns poucos minutos quase infartei ao ver um deles tentar atravessar a rua e quase ser atropelado. Claro que ele conseguiu passar, ao que meu pai comenta "eles não morrem fácil".

O objeto de comparação é o cão mimadinho, de raça. Esses, apesar da beleza, nem sempre são tão espertos. Por que? Porque eles não precisam se preocupar em atravessar ruas e quando, eventualmente, eles escapam de suas casas, o destino nem sempre é feliz.

Penso que o coração seja assim também. Passamos anos escondidos dentro de casa, com amor paternal e a esperança de um príncipe encantado. Um dia escapamos das grades, conhecemos aquele guri que nem precisa ser lindo, mas é simpático e POOM! somos atropelados. Sem mais nem menos ficamos estatelados no chão sem nem saber o que passou por cima de nós.

Aos poucos, passamos a viver mais na rua, viramos vira-latas, mais espertos. Não nos apaixonamos mais por qualquer sorriso.

Mas um dia isso muda. Talvez conseguiremos atravessar a rua movimentada em segurança e ficar do lado bom para sempre. Deixamos de morar nas ruas para pertencer a um lar, com amor.

Só o que não podemos esquecer é que vira-latas não morrem fácil, mas eles também são atropelados. E olha que eles são tão espertos...

16 setembro, 2011

Roteiro "Rei dos programas"

Esse é um roteiro que realizamos na aula de redação para rádio. Aprecie! =)


REI DOS PROGRAMAS
Produtoras: Carolina Borges, Maytê Pires, Natália Scholz e Tainara Fraga


TEC: Roda característica 15” e corta

LOC: /Está no ar o REI DOS PROGRAMAS, o programa criativo e irreverente da rádio Unisinos.//

TEC: Roda cortina notícias 5” e vai a BG

LOC:/ Roberto Carlos apresentou ontem em Jerusalém um show nada inédito./O show contou com a tradicional canção JESUS CRISTO, pouco clichê para o local onde estava./ Também levou os milhares de fãs à loucura ao distribuir as rosas, o momento mais esperado do evento./ Resta-nos a questão:/ (?) esse show substituirá o especial de natal da Rede Globo de Televisão?/ Fiquemos na expectativa.//

LOC:/ Mande sua opinião para o nosso twitter @reidosprogramasoficial.//

LOC:/ Pré-adolescentes enlouquecidas aguardam na fila para o show do Justin Bieber. /Direto do Gigantinho, repórter Luciana Silva.//

TEC: RODA BOLETIM REPÓRTER

REPÓRTER: / A fila é imensa. As fãs não poupam esforços: montaram até suas casinhas de boneca para aguardar o tão esperado show do grande ídolo teen./ Os preços dos ingressos exigem compreensão por parte dos pais./ Joaninha Machado, treze anos, está na fila há três dias e seus pais a acompanham.//

TEC: RODA GRAVAÇÃO FALA DE PAI (“ É um evento grandioso. Não deixaria minha filhinha perder isso por nada. Até pedi férias para realizar esse sonho”.)

REPÓRTER: /Para a rádio Unisinos, repórter Luciana Silva.//

LOC: /Fim de semana de muita bola!/ O emocionante não-clássico Caxias versus Lajeadense ocorrerá amanhã, às 15 horas, no estádio Centenário pela Copinha./ Caxias não está preocupado e resolveu poupar os titulares./ Atualmente, o time está concentrado em subir para a série B.//

LOC: /Voltamos já.//

TEC: RODA CARACTERÍSTICA 15” VAI BG E CORTA

LOC:/ O 7 de setembro mostrou que a juventude brasileira finalmente acordou para a corrupção que assola o país./ Os jovens saíram da frente dos computadores por um momento./ Em Brasília, 25 mil pessoas foram às ruas em um protesto pacífico e sem conotação partidária./ O evento foi organizado através das redes sociais, meio que os jovens dominam.//

LOC: / Agora termina o REI DOS PROGRAMAS, um programa diferente, interativo, sem papas na língua./ Voltamos amanhã às 10 horas da noite.//

TEC: RODA CARACTERÍSTICA 15” BG E CORTA.

09 setembro, 2011

Inocência

Chame do que quiser. Ignorância ou inocência, mas eu me encanto em ver que, de um dia para o outro, uma flor vira uma fruta. Minha mente não comporta essa transformação. Para mim, é mágico. É divino.

Como que, em questão de horas, o que era uma florzinha vira algo tão completo e saboroso? Aliás, como as flores são formadas? Não peço uma aula de biologia. Pois isso já ouvi e, nem mesmo assim, meu olhar mudou. Minha fascinação por esse mistério continua inalterada.

Eu gosto de sentir isso, como uma criança que está descobrindo o mundo. Com os anos, nos tornamos secos, desacreditados de tudo. Políticos? Pff, todos ladrões! O ensino? Tá perdido! O que dizer da natureza? Nem adianta não poluir, está tudo acabado mesmo.

Por que a gente fica assim? Por que não mantemos a inocência de crianças e fazemos algo para mudar? Por que não investimos e simplesmente desistimos?

Crianças são subestimadas. Para mim, elas que salvam o mundo da loucura total. A sabedoria direto da flor da inocência. Claro, não estou pedindo para vivermos em uma bolha, inertes às atrocidades, às corrupções. E nem que adultos virem crianças.

Peço só que abram os olhos, que se encantem com a flor que vira fruta. (E não me falem de biologia, pelo amor!)

08 setembro, 2011

Aquele que cativas, Martha Medeiros

Li esse texto e ele não saiu da minha cabeça. Vale a leitura:


Devia ter uns 14 anos. Estava na sala de aula, olhar compenetrado no quadro-negro, quando de mão em mão chegou até mim um bilhete de uma colega que costumava ser esnobada pela turma e com quem conversara algumas poucas vezes na hora do recreio. Ela me convidava para ir a sua casa à tarde. E concluía com uma sentença: És eternamente responsável por aquele que cativas.

Eu não tinha a menor intimidade com aquela colega e não estava a fim de ir a sua casa. Mas ela havia recorrido a Saint Exupéry. Me impressionou.

Fui à casa dela, conversamos, emprestei uns cadernos, mas nunca ficamos íntimas e nunca mais ouvi falar da garota. Hoje deve ser uma ótima advogada, já que desde menina conhecia as manhas para se convencer alguém.

O que ficou daquela tarde foi o argumento. “És responsável por aquele que cativas.” Acabei rezando por essa cartilha por um longo tempo. Bastava a pessoa simpatizar comigo e eu me sentia na obrigação de ser atenciosa a ponto de fazer coisas que não queria. Até que um dia dei um basta nesse trelelé.

Com todo o respeito ao autor de O Pequeno Príncipe, a terceira obra mais publicada e traduzida no mundo, presença constante nas listas dos mais vendidos mesmo 68 anos depois de ter sido lançado, me concedo o direito de não me sentir responsável por aquele que cativo. Me sinto grata e envaidecida, mas responsável é um tantinho demais.

A frase, que não deixa de ser um bonito verso, ganhou ares de reprimenda e punição. Cuidado: se alguém gostar muito de você, se passar a depender de você, danou-se, será obrigatório adotá-lo. O que era pra ser espontâneo virou um dever.

Reconheço as melhores intenções do livro, que é belo e merece continuar sendo lido por muitas gerações. Mas a frase, quando usada como ameaça, cria um mal-estar entre cativantes e cativados. Será mesmo que você é responsável por quem se encantou por você?
Sei que há pessoas de má-fé que seduzem os outros por diversão e depois desaparecem, deixando o seduzido chorando abraçado às suas ilusões. Maldade. Não se deve brincar com os sentimentos de ninguém, aprendemos isso antes mesmo de aprender a ler. Mas nos casos em que a sedução se deu de forma não proposital, ninguém deve sentir-se amarrado.

E mesmo quando houve sedução intencional e essa foi retribuída, virando um relacionamento, quem desama primeiro não precisa se sentir culpado se resolver ir embora. Que seja educado, gentil, amável com aquele que tanto o preza ainda, mas está liberado para tocar sua vida de outra forma e à distância. Quem fica deve aprender a fazer o mesmo. Não é fácil ser rejeitado, mas transferir a responsabilidade do seu bem-estar para outra pessoa tampouco é uma atitude cativante.

Nada pessoal, pequeno príncipe. Apenas um contra-argumento.

Jornal Zero Hora, 14 de agosto de 2011

29 agosto, 2011

Falhar

Hoje falhei de novo. Não passei no teste da auto escola. Por detalhes, por falta de atenção. E, como de costume, passei pelos 5 estágios do luto:

1-Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."
2-Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."
3-Negociação: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
4-Depressão: "Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?"
5-Aceitação: "Tudo vai acabar bem." via wikipedia

Agora me sinto tão idiota. Eu tenho o direito de ficar triste, sim. Mas tem um limite. Eu conheci pessoas hoje que estavam fazendo a prova pela quinta vez. E elas estavam lá, de cabeça erguida tentando de novo. Eu sei que sou capaz, que foi só azar. As falhas nos deixam mais fortes, espero que sim. Quando eu vencer, vai ser lindo. E eu vou vencer.
Vou tentar de novo. E vou conseguir, não duvidem de mim.

22 agosto, 2011

Droga de sonho
Por que tu voltaste?

É mais fácil sonhar com coisas possíveis
Fica menos difícil acordar

13 julho, 2011

Cracolândia

Passei alguns dias em São Paulo e a cena que mais me marcou foi algo que vi de longe, por poucos segundos. Em uma rua havia muitas pessoas zanzando como zumbis e fiquei sabendo que ali era a Cracolândia.

Obviamente, já tinha ouvido falar desse lugar, mas nunca tinha visto, nem pesquisado. Eu não tinha noção do que "cracolândia" significava. Eram pessoas exatamente como zumbis, não existe melhor descrição. São pessoas sem vida, esperando virarem alimento para vermes debaixo da terra (se é que irão ser enterradas, né).

Isso me faz pensar a que ponto o ser humano chega por causa dessas malditas drogas. A dependência é tanta, que os usuários largam suas famílias, suas casas, TUDO para viver numa rua como mendigos. Não tem lógica nenhuma.

E o que mais me deixa indignada é que nos dias de hoje todo cidadão que não vive completamente isolado numa ilha sabe dos efeitos das drogas. TODO MUNDO sabe que fumar pode desenvolver câncer, impotência sexual e tantas outras coisas que estão, inclusive, no rótulo dos maços dessa porcaria. Mas, mesmo assim, tu vai numa festa e vê gente da tua idade fumando e, adivinha: se achando o MÁXIMO. Certo, deve ser o máximo acelerar a morte. Deve ser o máximo morar na cracolândia para impressionar as pessoas que passam com o tamanho da estupidez.

Nesse contexto, penso no que leva uma pessoa a fazer isso. Não precisa ser psicóloga para perceber que quem recorre a esses métodos têm alguns problemas. E eu sei que não adianta vir com o argumento de que "todo mundo tem problemas", porque problemas têm intensidades diferentes. A questão que realmente interessa é que criar mais um problema, não resolve problema nenhum. No fim, tu vai estar só piorando tudo e voltar para a vida é muito difícil.

Dizem que a recente propaganda da RBS do Crack, nem pensar fez aumentar o número de consumidores da droga. Única conclusão: como existe gente babaca.

Nossa, Natália! Que insensível!

Não acho. A vida é feita de escolhas e com as drogas é a mesma coisa. Ou tu é babaca, ou tu não é. Ou tu vai se achar o máximo fumando na festa, ou tu vai ter consciência. Ou tu vai virar um zumbi em uma rua de São Pauo (ou de qualquer cidade desse mundo, tu pode escolher), ou tu vai ter uma vida decente.

04 julho, 2011

Atos que nunca serão esquecidos

Ontem lembrei de um fato que marcou muito a minha vida. Quando eu estava no kindergarden (pré-escola) lá nos EUA, a escola tinha um projeto muito interessante.
Nós, pequenas criaturas de 5 anos, provavelmente não sabíamos ler ainda, então uma turma da quarta série veio até nossa sala.
Nunca vou esquecer.
Todo mundo foi a procura de um "padrinho" e eu, tímida, fiquei um pouco para trás. Olhei para frente e vi aquela menina, que, infelizmente, não lembro o nome. Calmamente fui até ela e ela se tornou a pessoa que lia histórias para mim na escola.
Parece tão simples e é tão simples. Esse ato de ler para uma pessoa foi inesquecível para mim. Não sei se a guria lembra de mim (provavelmente não), mas ela marcou minha vida, me influenciou para sempre.

Muitas vezes queremos ter atos grandiosos para marcar e mudar vidas, mas, na verdade, pequenos atos são tão importantes quanto grandes ou até mais. Hoje, se eu encontrasse aquela menina, perguntaria se ela já fez algo grandioso para alguém e afirmaria logo depois: para mim, o que tu fez foi grandioso.

Nunca vou esquecer daquilo. E, se eu puder, quero ser inesquecível na vida das pessoas também (de uma forma positiva, obviamente)

.

02 julho, 2011

Diamante bruto

Diamante bruto
À espera de ser lapidado

O diamante bruto não se sente seu melhor
Sabe que já é amado
Mas sabe que pode ser muito mais

Diamante gordo, sem forma
Quer ser tocado sem machucar
Quer deixar de ser único
para assumir uma forma padrão

Por que isso, diamante?



29 junho, 2011

Um até logo

Hoje a tia Lyria deixou o mundo pra morar com Deus nos altos céus.
Quem um dia foi na comunidade Concórdia, certamente conheceu essa simpática mulher que sentava na segunda fileira do lado direito, cantando alto e fazendo comentários diante de certas afirmações dos pastores.
É triste pensar que não vou mais ouvir a voz dela, não vou ver ela cumprimentando pessoas na hora da Santa Ceia, ou vou pegar na mão dela. Porém, algo me alegra: a certeza de onde ela está agora. Tia Lyria encantou toda a IELB e hoje descansa com o Pai.
Lembro do último culto em que ela estava parada no banco dos meus pais e quando eu cheguei ela apenas me deu a mão e sorriu. Ela se afastou e nossas mãos, lentamente, se soltaram. Sentei no banco e sorri, feliz. Que belo jeito de dizer adeus.
Não, adeus, não.
Mas sim, um até logo.

Até muito logo, tia Lyria.

25 junho, 2011

Barquinhos de papel


Mais clichê, impossível, mas o momento requer uma citação da personagem raposa do Pequeno Príncipe. Ela diz assim:

O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

Assim foi com o barquinho de papel. Em uma linda tarde de grenal (em que meu Inter foi campeão gaúcho), estávamos sentados no palco de um ginásio. Para ver o jogo, só quebrando o pescoço. Em meio ao nervosismo (havia mais gremistas no ambiente!), uma distração: folhas de papel prontas para virarem pequenos barquinhos e, certamente, símbolos de um dia muito especial.

Espantei-me com a declaração "não sei fazer barquinhos de papel" da Jú. Desafio aceito: ela foi ensinada a fazer o origami mais clichê da face da terra.

Tosco? Simples demais? Talvez. Porém, especial demais. Hoje ainda lembramos do ocorrido e guardamos as instruções de fazer o tal barco no coração.

Assim, um simples barco de papel não será mais um simples papel. Será uma lembrança de um momento, de uma pessoa. Um viva pra esse tal cativar!

13 junho, 2011

Resenha: O coração das Trevas

Passado no período do imperialismo inglês, o livro O coração das trevas surpreende com tamanho detalhismo e leva o leitor a sentir, literalmente, a treva presente na história.

A obra começa com alguns marinheiros incapacidados de continuarem sua viagem por causa das condições que a maré apresentava. Sem muitas opções, esperam juntos, apesar de suas diferenças.

Havia entre nós, como já disse antes, a ligação do mar. Além de manter unidos nossos corações durante longos períodos de separação, esse elo nos tornava tolerantes diante das diferenças e convicções de cada um. (CONRAD, Joseph. 1998. Pg. 6)


Quem começa narrando é um dos marinheiros ali presente, que menciona que Marlow irá contar algum episódio que ele havia vivido. Ninguém se opôs a ouvir o relato- “não havia mais nada para fazer até a mudança da maré” (CONRAD, Joseph. 1998. Pg. 12)- e, a partir desse momento, Marlow conta de seus tempos em que navegou, exclusivamente, por águas doces.

A voz que narra é a do próprio Marlow, com raros comentários do primeiro narrador. A história começa com a entrada do jovem na Companhia por curiosidade de conhecer um determinado rio que via nos mapas. Com ajuda de sua tia e da má sorte de outro marinheiro- que morre- ele alcança seu objetivo e ruma à África. No primeiro posto em que para, fica alguns dias até conseguir consertar o seu barco e seguir para sua missão. É nesse local que ele toma conhecimento sobre o Sr. Kurtz, a quem ele iria buscar no Posto Central, por não ter mais condições de continuar em seu posto. O Kurtz é um personagem muito curioso: até quase o final da história, pouco se sabe sobre ele. Só o que era dito pelos outros sobre sua reputação, que era um homem muito especial e dedicado à exploração do marfim, sendo o destaque da Companhia. Aos poucos, Marlow passa a admirar o Sr. Kurtz, criando uma imagem idealizada dele.

Para chegar ao posto do Sr. Kurtz, Marlow encontra muitas dificuldades e armadilhas. No caminho, passa por um posto abandonado, dando a entender que o Sr. Kurtz já havia morrido naquele local. Marlow, porém, continua sua viagem e não tarda muito para mais uma surpresa aparecer: uma forte neblina o cerca, juntamente com sons de nativos vindo das margens. Logicamente, Marlow conclui que não haveria como eles serem atacados, já que os inimigos também não tinham visibilidade.

Percorridos mais alguns quilômetros, já sem neblina, o ataque acontece. Dentre flechas e tiros sendo disparados de ambos os lados, um dos homens que trabalhava na cabine com o Marlow é acertado. Nesse momento, o capitão, pela primeira vez, consegue enxergar uma pessoa, e não um escravo.

(...) e seu olhar brilhante e inquiridor nos envolveu a ambos. Olhava como se fosse em breve colocar-nos uma questão numa linguagem ininteligível; mas morreu sem emitir um som, sem movimentar um membro, sem contrair um músculo. (...) O brilho de seu olhar inquiridor logo desvaneceu numa ausência vidrosa. (CONRAD, Joseph. 1998. Pg. 88 e 89)


Aquilo o toca e, contrariando os olhares famintos dos canibais que trabalhavam no barco, o homem foi jogado no rio.

Um pouco mais adiante, Marlow chega ao posto do Sr. Kurtz. Enfim, ele conhece o famoso homem de quem tanto ouvira falar nos últimos tempos e comprova com os próprios olhos que ele não se encontra mais com saúde física, nem mental. Marlow leva-o dali para que ele pudesse receber tratamento apropriado longe dos selvagens, mas Kurtz não resiste e morre no caminho.

Marlow guarda consigo alguns pertences que o Sr. Kurtz havia lhe entregado e também o segredo do estado final daquele homem. Isso é feito para honrar e manter a reputação de Kurtz na Inglaterra.

Um ano depois do ocorrido, Marlow encontra a amada de Kurtz para entregar-lhe os papéis que haviam ficado com ele. Aquela mulher falou de Kurtz com tanta admiração e amor, que Marlow foi obrigado a mentir quando lhe foi perguntado quais tinham sido suas últimas palavras. “A última palavra que pronunciou foi... seu nome.” (CONRAD, Joseph. 1998. Pg 147)

Marlow calou-se e continuou sentado ali, um tanto afastado, indistinto e silencioso, como um buda em meditação. Ninguém se moveu por algum tempo. (...) O alto-mar estava bloqueado pou uma massa de nuvens negras, e o calmo curso d’água que levava aos extremos confins da Terra fluía sombrio sob um céu encoberto...parecendo dirigir-se ao coração de imensas trevas. (CONRAD, Joseph. 1998. Pg 147 e 148.)


Há uma grande crítica ao imperialismo inglês da época que, para conseguir suas riquezas, não respeitaram os povos que já viviam na África. Assim também aconteceu com o Brasil na época do descobrimento. Os portugueses simplesmente exploraram o local e impuseram sua cultura. Hoje, acontece o mesmo, através do capitalismo. Até se diz que não há uma única cultura em cada país, mas sim uma fusão das mais diversas ideias de todo o mundo.

Também pode-se interpretar com a obra o quão vulnerável o ser humano é. O Sr. Kurtz, que era considerado um gênio, acabou se confundindo com a cultura selvagem, ficando louco. A mente é, com certeza, a parte do corpo mais difícil de ser cuidada, pois todos os dias é bombardeada por novas ideias. Pessoas sem uma base concreta, perdem o controle e depois, para reverter tudo isso, é muito complicado, ou até irreversível.

A obra de Joseph Conrad foge do óbvio e surpreende a cada página. Em certos momentos, é uma leitura cansativa, por ter muitos detalhes, mas logo o suspense prende o leitor e compensa a lentidão. É por meio dessa técnica que o autor passa a essência do texto. Quanto mais Marlow adentra na mata, mais densa é a narrativa e mais perto do coração das trevas o leitor se encontra.

04 junho, 2011

um dia muda

Mas é sempre igual


Teu instinto aponta que tem algo errado
Mas teu coração não aceita


Tu se machuca
Mas o ego impede que essa dor transpareça


Não espere demais
Mas não perca a esperança

O ciclo recomeça
Do zero, como sempre
Quem sabe um dia ele desvia pro lado certo?

28 maio, 2011

O olhar



Olhos todos têm, o que é mais difícil de encontrar é quem sabe olhar. E nesse caso, não se trata de ser cego ou não. A única limitação de alguém com deficiência visual, é não conseguir enxergar. O olhar vai além de poder visualisar as cores, formas e intensidades do mundo. Consiste em captar todas as proezas que o arredor oferece, com profundidade.

Os olhos possibilitam uma melhor visão, mas não é só deles que isso é possível. Caso fosse assim, que sentido teria a vida de alguém incapaz de produzir imagem? Pelo contrário, há outros meios e talvez a existência dessas pessoas seja para ensinar a prestigiar a vida, explorando todos os sentidos possuídos. Em um filme que eu vi sobre o olhar, um dos maiores exemplos foi o fotógrafo cego. A fotografia é imagem, então como alguém desprovido dessa capacidade conseguiria fotografar? Com o olhar. A utilização do som e, principalmente, da emoção fizeram dele um profissional excepcional.

Cada olhar revela uma verdade, pois tudo é relativo ao que vê. Constantemente, ocorrem discussões sobre o grau de beleza sobre algo ou alguém e dali surge sempre a mesma conclusão: gosto não se discute. O certo seria que o olhar não se discute. Para algo ser considerado belo, não é só o visual que importa. O sentimento se sobressai e quebra a imagem, que é tão superficial.

“Os olhos não veem nem de menos, nem de mais”, disse José Saramago. Os olhos veem o que é básico. O resto vem da alma. Saramago, inclusive, é autor da obra “Ensaio sobre a cegueira”, livro também adaptado ao cinema que demonstra exatamente a importância do olhar. Na história, várias pessoas vão ficando cegas e sendo isoladas, juntamente com uma mulher que ainda tinha sua visão que, por conta própria, ficou junto com os atingidos pela epidemia. Como a personagem era a única a ver, teve de carregar um grande fardo. Assim é no cotidiano: muitos são cegos por opção, tornando difícil a vida daqueles que não fecham os olhos para tudo que acontece no mundo. A cegueira representa a ignorância da sociedade, incapaz de olhar além de si próprio.

O olhar é essencial para perceber a vida que existe em qualquer lugar. Porém, é necessário muito mais que olhos para conseguir isso, precisa-se de uma harmonia entre os sentidos e os sentimentos, saber ver além do que os olhos mostram.

24 maio, 2011

"Tu és meu"

Achei alguns dias atrás uma plaquinha, dessas de colocar na parede com o seguinte versículo:
Não temas, por que eu te remi: chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Is 43.1


Desde então isso não sai da minha cabeça. "TU ÉS MEU" é forte demais e acho que nunca tinha percebido o quão importante eu sou para alguém a ponto de pertencer a ela. Normalmente, quando adquirimos algum objeto, cuidamos daquilo como podemos, tentando que ele permaneça em bom estado por muito tempo. Deus cuida da gente desse mesmo jeito e melhor até. Ele até nos deixa cair, mas tudo está nos planos dEle e logo ele nos junta de novo. Tem aquela historinha dos passos na areia, que a pessoa questiona por que em um determinado momento da jornada só há um par de passos, por que Deus o havia abandonado. Aí Ele fala que aqueles passos eram dEle, que ali ele o carregou no colo. Foi nesse momento que ele disse "NÃO TEMAS, TU ÉS MEU E EU CUIDO DO QUE É MEU."
Todo dia leio esse versículo, pois o coloquei do lado da minha cama. Não quero esquecer que pertenço a alguém, a alguém muito mais importante e que ama cada traço que considero um defeito, que para Ele, faz com que eu seja única, especial. Uma filha de Deus, uma ovelha do rebanho. Não importa do que chamarem, eu não temo, porque pertenço a Ele.

20 maio, 2011

Pequenas jabiticabas



Encontrei uma árvore. Ela não era como as outras, suas frutas estavam no tronco. Era uma jabuticabeira. Dentre as dezenas de jabuticabas, 2 pequenas me chamaram a atenção.

Elas brilhavam, parecendo dois pequenos olhos. Aqueles olhos pareciam que me olhavam, sem julgar. A expressão era de curiosidade, de querer conhecer. Tímidas essas pequenas jabuticabas! Não pude não retribuir a curiosidade. Será que por dentro elas eram tão bonitas quanto por fora?

Conheci outras frutas assim também. Por fora, lindas, por dentro, estragadas.

Queridas pequenas jabuticabas, não me enganem, não me façam acreditar que vocês são doces, se, na verdade, são azedas. Deixe-me experimentar vocês, adocem minha alma, que parece ter adormecido com um gosto amargo.

Queridas pequenas jabuticabas, obrigada por já terem adoçado meus olhos. Felizmente, não sou diabética, então preciso mais do doce no meu organismo. Por favor, pequenas jabuticabas, não saiam da minha vida.

13 maio, 2011

Completei meu arco-íris


Completei meu arco-íris chalístico! Acabo de adquirir, experimentar e aprovar o chá branco.
Como boa jornalista, enquanto tomava essa xícara super gostosa, pesquisei pelo google (não muito jornalístico, mas que outra fonte tenho?) sobre o chá branco e suas vantagens.
No primeiro gole, algo veio na minha mente:

Mas isso até parece chá preto!


E essa semelhança tem motivo: os chás preto, branco e verde são feitos a partir da mesma planta, porém são colhidos e manuseadas diferentemente.
Quem não lembra ~ou simplesmente não viu~, fiz um post sobre chá AQUI se quiser saber um pouco da história do chá no geral e na minha vida, hihi.
Em questão de gosto, o chá branco é praticamente o preto, só que 20 vezes mais suave! Muito bom! =))
E as vantagens desse chá? Vou copiar pra vocês desse site:

O chá-branco possui vitamina B, C, K, cafeína, antioxidantes, manganês, potássio e ácido fólico. A partir desses nutrientes, o chá-branco pode neutralizar a ação dos radicais livres sobre as células, acelerar o metabolismo, desinchar o organismo, queimar gorduras, diminuir o colesterol ruim (LDL) e ainda inibir mutações gênicas que podem até provocar o câncer.


Então, continuo na minha campanha: LARGUEM O CAFÉ E TOMEM MAIS CHÁ, que pode até ajudar a emagrecer e faz super bem pra saúde.

A sessão saúde termina por hoje. VOLTAREMOS! (anônimu's chazeirus)

28 abril, 2011

DIX-HUIT

Amanhã completo 18 anos de vida. Não sei até que ponto isso é bom. Não, ainda não estou em crise de idade, até por que seria ridículo uma pessoa com menos de duas décadas se considerar velha.
Não parece que foram 18 anos, mas o que eu sei de tempo?
Às vezes me pego pensando no que eu sou hoje e no que eu um dia sonhei em ser. (Aliás, um comentário rápido: eu crio personagens de mim mesma, tipo: a Natália de ontem, a Natália de 5 anos, etc. Alguém mais faz isso? Favor se manifestar pra eu não me sentir retardada =/)
A Natália de 10 anos sempre pensou na Natália de 18. Se ela pudesse ver o futuro, provavelmente se decepcionaria. Eu não sou o que eu sonhava. Eu não encontrei meu príncipe Éric ou qualquer outro da disney. Eu não sou popular, nem super linda. Mas se a Natália de hoje pudesse viajar de volta no tempo, eu certamente diria: podes sonhar, isso é bom. Porém, não vai ser assim. Aliás, não vai ser assim com ninguém. Simplesmente pelo fato de que a vida não é filme de sereias. A vida é real.

Talvez eu não seja o que eu queria, mas sou quem eu quero agora. Acho que um dia a Natália de 30 anos vai ler esse texto e dizer as mesmas palavras. Olha, fugi do objetivo.
Amanhã faço 18 anos. Continuo a mesma de sempre, na mesma situação, talvez mais ciente de si mesma e do mundo. Estou feliz e é isso que importa. E é isso que eu desejo para mim nesse aniversário: que todos os anos eu esteja feliz. Simples assim, por que o resto a gente compra! =)


09 abril, 2011

Aí que fui na grande biblioteca da minha universidade uns dias atrás. Resolvi que estava na hora de enfrentar novamente aquelas prateleiras enumeradas de um jeito que acho que nunca vou entender.
Depois de alguma luta e um pedido de sos para a bibliotecária presente, consegui os dois livros. Saí bem feliz, crente que havia feito um belo progresso.
Talvez tu não saibas, mas a biblioteca aqui tem 6 andares e a minha área fica no quinto. Peguei o elevador para chegar ao térreo.
Sabe aquele momento que tu acha que teve um lapso? Que ficou alguns segundos fora de órbita? Pois é, eu senti isso. O elevador chegou muito rápido.
Um guri entrou e eu, por impulso, saí. Percebo que estou no quarto andar. RECUAR? JAMAIS! (2/5)
Desci a pelas escadas e ainda tive que cuidar para não passar pelo guri que entrou no elevador e que, certamente, me viu.
O que não é o medo de parecer demente na frente de um estranho?

23 março, 2011

Ser gaúcho


Li um texto para a aula de Mídia e Cultura que falava sobre essa identidade gaúcha. O que é ser gaúcho? O que dizem os termos "gaúcho" e "rio-grandense"?

Quem nasce no Rio Grande do Sul é gaúcho. Não interessa se cultiva a tradição ou não. Todo rio-grandense é gaúcho, mas nem todo gaúcho é nascido no extremo sul do Brasil. Aí é que se encontra a única diferença: gaúcho pode ser qualquer pessoa de fora que ame o Rio Grande. Não há preconceitos para ser gaúcho. O estado gaúcho não tem fronteiras.

Sobre o ser gaúcho há muitas contradições. Eu, gaúcha apaixonada por onde moro, e todos os outros que partilham do mesmo sentimento sempre chegamos a uma conclusão nem um pouco humilde: o Rio Grande do Sul é o melhor lugar para se viver, o povo gaúcho tem virtude, é guerreiro, apaixonado. Sim, nós somos assim! Mas, e por parte de quem não é? Já ouvi muitos depoimentos que dizem que os gaúchos "se acham". Não lhes tiro a razão, como eu disse, não somos humildes para falar da nossa terra. Só que o que me preocupa é até que ponto esse orgulho (termo muito usado por nós) não nos prejudica.

No começo do ano participei do Congresso da Juventude Evangélica Luterana do Brasil. Assim como na IELB, o maior contingente de membros se encontra no sul, os gaúchos eram maioria absoluta no congressão. Pra tu ter uma ideia, só da caravana oficial da JELG, veio S E T E ônibus (!!!), mais o pessoal que montou seu próprio grupo. Inevitável surgir o clássico grito de orgulho: AH, EU SOU GAÚCHO. Beleza, muito legal. Gritei junto. Porém passou dos limites. Não parava! E assim se concretizou a imagem do gaúcho como um povo separatista (ainda mais com a nossa história).

Orgulho. Disso o gaúcho entende.E tenho orgulho de ter orgulho de ser gaúcha (????), mas acho que deve ter humildade também. Um orgulho humilde. Sim, um pequeno paradoxo. Deal with it.

Ano passado também tive uma experiência interessante com esse orgulho gaúcho. Voltando dos EUA, sentei ao lado de um americano que veio ao Brasil farrear no nordeste e no carnaval carioca. Não resisti e tive que fazer uma propaganda do RS. Falei das lindas paisagens e garanti que seria uma ótima experiência conhecer esse outro Brasil, tão desconhecido pelos estrangeiros. Não sei se ele veio. Não mantive contato. Aliás, nem lembro do nome dele. Assim que saí do avião, não sabia mais. Me arrependo profundamente de não ter pego o e-mail dele ou qualquer coisa. Enfim, to fugindo do assunto.hahaha

Pra quem nunca ouviu o povo gaúcho cantando o hino, eu posso garantir: é de arrepiar. É lindo demais. É desse orgulho que falo. É essa paixão!

Todo mundo sabe que tradição é coisa que inventam pra manter uma unidade, criar uma identidade. Adoro churrasco, chimarrão e acho lindo demais me vestir de prenda, porém não sou grande fã de música gaudéria. Gosto daquelas clássicas e só. Mas nem por isso me considero menos gaúcha. O que define o gaúcho é a cor de seu coração. Se ali está estampada uma bandeira verde, vermelha e amarela, é gaúcho. Não importa se tu não gosta de churrasco (?????ISSO EXISTE????), chimarrão ou música gauchesca. NÃO IMPORTA. Tu não precisa ir no CTG. NÃO PRECISA.



O orgulho gaúcho é lindo de se ver e espero que nunca morra. Mas é aquilo: com limites. Não precisa ficar falando o tempo todo o quão perfeitos somos HAHHA Brinks.

(Preciso quebrar o protocolo (?) e desabafar: para a alegria de vocês e a minha depressão, eu perdi metade desse texto que estou escrevendo porque fechei a janela do blogspot. Por que alegria de vocês? O texto perdeu algumas muitas linhas. Mas vamos continuar.)

Quem é gaúcho provavelmente vá gostar desse meu texto e quem não é, provavelmente não OU vai descobrir o quanto ama essas lindas criaturas que vivem no extremo sul do imenso país chamado Brasil. ahhaha

Ser gaúcho é isso. Ser apaixonado. Porém, por favor, com humildade (o que, admito, é difícil considerando toda essa cultura em que somos criados)!

SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO À TODA TERRA! PAPARA PARAAAAAAA!

ps.: acho lindo homem de bombacha.
ps2.: ainda acho que falta algum ponto, mas a depressão da perda é maior. Finalizo aqui! haha

22 março, 2011

Quem te faz viver?


Sempre há aqueles amigos que chegam e te motivam a persistir, que te fazem sonhar mais alto do que tu algum dia teria imaginado. E quando esse algo não dá certo, tu vê nos olhos do motivador uma tristeza, por ver que fazer o amigo continuar só o quebrou mais ainda por dentro.
Não esqueço desses olhos tristes me olhando, chorando junto comigo. Cheguei até a pensar que o verdadeiro motivo de eu estar tão cabisbaixa seja esses amigos que me fazem acreditar que posso fazer dar certo. Seria fácil culpar eles, mas é bem pelo contrário. A dor que sinto hoje significa que me mexi, saí do coma que eu estava. É melhor ter cicatrizes, do que terminar a vida como uma escova de dentes recém comprada, intacta.
Quem me faz viver? São eles, que me induzem ao erro, que, quem sabe, um dia possa virar um acerto. Quero continuar assim, sonhando com mais intensidade por causa de vocês, irmãos do coração. Depois, se não der para evitar, cair e me levantar com vocês do meu lado. Obrigada por tudo. (L)(L)(L)
Vocês movem minha vida.

07 março, 2011

Sempre esperado. A grande surpresa seria se esse número fosse reduzido a zero, mas nunca é assim. Todo feriado que acontece é acompanhado pela notícia do número de mortes.

Até agora 27 mortos nas estradas gaúchas.


Fico imaginando se essas pessoas chegaram a pensar que elas fariam parte desse número.

Eu, antes de viajar nesse feriado, refleti: e se eu for um dos números que apresentam na televisão? Sempre parece tão distante, tão intocável acontecer com a gente qualquer acidente, mas é completamente viável que isso aconteça.

O mais incrível é que o que mais se vê são propagandas para que dirijam com cuidado, que se forem beber, não peguem no volante. Porém não adianta. Continuam bebendo e dirigindo, colocando a vida em risco como se não valesse nada.

As pessoas falam de suicídio com o que unicamente consideram como tal, mas colocar a vida em risco, ciente disso, é quase a mesma coisa e pior: arrisca a vida de outras pessoas que não mereceriam aquilo nunca.

Eu só descanso quando chego em casa. Rezo para não estar entre os temíveis números apresentados em qualquer jornal e também para que cheguemos a um ponto em que não haja mais mortes assim.

Feriado deveria ser alegria, não cemitérios lotando.

26 fevereiro, 2011

Começo de uma mudança

Quem foi no congresso nacional da JELB em 2011 certamente ouviu muito essa frase: começo de uma mudança.

E é exatamente isso que estou vivendo. Depois de alguns meses totalmente sem saber o que seria de mim nesse ano, estou matriculada na faculdade, agora com outras dúvidas como: que roupa usar, que atividades extras poderei fazer, como será esse novo viver. E confesso, estou muito animada. Sei que vai ser puxado (vou ter aula segunda de manhã =///), mas faz parte e vai ser ótimo!

Eu adoro recomeçar. Lembro quando troquei de escola, o medo que senti. Foi um pouco mais fácil, pois eu já tinha amigas ali. Segunda não vai ser assim. Eu não conheço ninguém. Eu poderia até construir uma nova Natália, tentar ser diferente, pois ninguém teria conhecimentos prévios sobre mim. Porém não farei isso. Serei exatamente quem eu sou e vou tentar sempre melhorar. Isso parece texto que psicóloga manda a gente escrever. Aliás, é assim que eu imagino que seria. "Uma carta para si mesmo." hahaha

Bom, perdi o fio da meada já hahaha, não sei mais o objetivo desse texto. Bjjs

16 fevereiro, 2011

L'amour, hum hum, pas pour moi


Acabei de ler um post muito legal num blog que adoro. Falava sobre amor e essa dificuldade de compreender o que é isso.

Eu realmente não entendo. Acredito que já estive apaixonada algumas vezes, mas não posso afirmar com certeza que foi amor. Como identificar o amor?

Assim como a Carol (do blog), eu não sei agir como a maior parte das pessoas. Eu não sei ser direta, fazer declarações e essas coisas. Pra muitos, é normal. Não pra mim.

Esses dias umas amigas minhas questionaram o fato de eu não ter namorado. Elas dizem que sou bonita (boas amigas!) e uma pessoa legal (ok, admito que sou legal hahaha). Aí que percebi que eu fujo disso sempre. Os que um dia tentaram qualquer coisa comigo foram brutalmente afastados (eu muito simpática sempre). O que é meio contraditório, pois sempre gosto dos caras que não posso ter (algo meio platônico). Eu fico lá imaginando como seria bom eu me expressar para uma pessoa que, provavelmente, nem imagina o que eu sinto. Me sinto péssima e faço quem gosta de mim se sentir péssimo também.

O que concluo é que tenho medo. Não sei por que isso se tornou um bicho de sete cabeças pra mim. Alguns se jogam sem medo. Vão de um relacionamento a outro numa boa.Eu nem tento, mas também não lamento. Sei que tenho culpa. Não posso exigir nada sem meu mínimo esforço. E digo esforço além de escrever em um diário e conversar com as amigas sobre.

O que me irrita mesmo é eu perder tempo da minha vida pelo simples fato de eu ser envergonhada. Se eu morresse hoje, não teria dito metade do que gostaria de dizer.

Tem uma música da minha banda preferida que diz assim: o amor vai te fazer ficar acordado uma noite inteira. E um dia quando tu fores velho, não olhe pra trás e diga que deverias ter tentado. Fique acordado a noite toda.

Me falta coragem. Não sei por que nunca a tive.

Não procuro o amor. Espero que ele me encontre, pois assim acho que a angústia da espera será menor.

E não me entendam mal. Não estou depressiva ou qualquer coisa. É só um pensamento, um desabafo.

13 fevereiro, 2011


2011 começou pauleira. Acho que nunca tive que tomar tantas decisões importantes de uma vez só.
Durante toda vida escolar, o que mais se espera é o final e quando esse momento chega, muitos não sabem mais o que fazer.
Eu sempre fui muito convicta sobre o que eu queria ser. Claro, já tive a fase "quero ser professora" (e admito que ainda carrego essa vontade), mas logo me decidi por jornalismo. Pensando bem, que estranho eu não ter oscilado muito nas escolhas. Muitos vão de uma área a outra em questão de dias.
Pois, minhas dúvidas são outras agora. Que faculdade cursar, qual será o melhor meio de conquistar meus sonhos? De primeira, quando um plano não deu certo, pensei em ir pelo caminho mais fácil. Mas não é isso que quero. Eu quero lutar pra chegar no melhor.
Todos os dias peço a Deus a me iluminar para eu poder tomar a melhor decisão. Não é fácil.
E claro, nenhum momento tenso vem desacompanhado. Tem mais mil situações.

Mas eu estou bem, talvez como nunca estive antes. É, Deus está mesmo me abençoando.

14 janeiro, 2011

Capitalismo X Comunismo

O vestibular, as temíveis provas passaram. Não fui bem, mas paciência.
Sabe se lá como os outros foram, né?! Veremos.

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Existe uma teoria que eu acho que é do Marx sobre o capitalismo. Diz que o ciclo do capitalismo tende sempre a ter uma crise (tipo quebra da Bolsa de NY em 1929 e 2009..). Claro, o homem defende o comunismo, mas errado ele não está.


E assim também é a vida. Temos épocas de ouro, onde tudo é alegria. Tu chega a se saturar de tanta felicidade e BOOM!, quando tu menos espera algo terrível acontece e um bando de fábricas começa a falir (menos no Brasil, porque o Lula previu que ia ser uma marolinha e foi...esse ser parente do Polvo Paul in memorian...)

Esse ciclo sem fim da vida. Já cantava o nosso Rei Leão:

É O Ciclo Sem Fim
Que nos guiará
a dor e a emoção
pela fé e o amor
até encontrar
o nosso caminho
neste ciclo, neste ciclo sem fim
É O Ciclo Sem Fim
Que nos guiará
a dor e a emoção
pela fé e o amor
até encontrar
o nosso caminho
neste ciclo, neste ciclo sem fim


E o comunismo? Quem disse que nunca será assim? Algo bem melhor ainda nos espera! Talvez em algum ponto da vida chegaremos ao fim das crises, ao fim das classes.

A luta pra não ocorrer crises é constante. É preciso produzir, mas também é preciso ter quem consuma os produtos. Crises não duram para sempre e dependendo da força de cada um, uma tsunami pode virar uma simples ondinha.